Pré-candidato republicano é vaiado após veiculação de propaganda anti-LGBT


Rick Perry promete acabar com a guerra de Obama à religião.
O governador do Texas, Rick Perry, fazendo campanha para presidente no estado de Iowa (Foto: Wikimedia Commons)O governador do Texas, Rick Perry, fazendo campanha para presidente no estado de Iowa
(Foto: Wikimedia Commons)
O pré-candidato republicano à Presidência dos EUA, Rick Perry foi vaiado na noite deste domingo (11/12) durante um discurso realizado em Ames, no conservador Estado de Iowa. A vaia ocorreu em razão de um recente anúncio publicitário anti-LGBT, que acusa a administração do presidente Barack Obama de iniciar “uma guerra contra a religião”.

A campanha de Perry, governador do Estado do Texas desde o ano 2000, veiculou o polêmico anúncio na semana passada. Nele, Perry aparece caminhando à paisana em um bosque.



Segue, na íntegra, o discurso da propaganda: “Não tem vergonha de dizer que sou cristão. Não é preciso ir à Igreja todos os domingos para saber que há algo errado no país. Enquanto gays podem servir abertamente no serviço militar, nossas crianças são proibidas de orar ou celebrar abertamente o Natal em suas próprias escolas. Eu, se eleito presidente dos Estados Unidos, acabarei com a guerra de Obama à religião. E vou lutar contra os ataques de “liberais” contra nossa herança religiosa. A fé fez a América forte. E pode fazê-las mais forte novamente. Eu sou Rick Perry, e aprovo essa mensagem”. 

Perry criticou a revogação da lei “Don’t Ask Don’t Tell” (Não pergunte, não conte) por Obama, no último mês de julho. Ao mesmo tempo que ela proibia discriminação no serviço militar em razão de orientações sexuais, ela não permitia que homossexuais assumidos pudessem servir às Forças Armadas.

O vídeo de Perry sofreu críticas até mesmo por altos membros de sua equipe de campanha. Ele foi veiculado na TV apenas no Estado de Iowa, o primeiro a realizar as prévias republicanas.

“Por que você está marginalizando pessoas em nosso país? Por que está demonizando gays e lésbicas?”, protestou Warren Blumenfeld, professor de estudos LGBTs na Universidade Estadual de Iowa. “Por que gays não podem servir as Forças Armadas?”, questionou o estudante Jason Arment, que serviu como fuzileiro naval no Iraque entre 2007 e 2008. “Foi insultante, isso denigre todos que prestaram serviço militar”, disse. Perry não respondeu aos seus críticos.

Perry já havia criticado a política externa de Obama para financiar programas no exterior que promovam os direitos LGBTs. Em um comunicado, Perry disse que “Este é o mais recente exemplo de um governo em guerra contra as pessoas religiosas deste país. Investir dólares promovendo um estilo de vida que muitos norte-americanos de fé consideram questionável e errado. Obama mais uma vez confunde a 'tolerância norte-americana' por diferentes estilos de vida como uma aprovação a eles”.

Analistas de política norte-americanos consideram a recente estratégia ofensiva de Perry como uma última tentativa para reverter seu mau desempenho nas pesquisas de intenção de voto entre os republicanos. Ele aparece em quarto lugar, atrás de Newt Gingrich, Mitt Romney e Ron Paul.

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