
E, às vezes dá vontade de seguir o coelho branco e me jogar
no país das maravilhas de Alice...
A trajetória da menina é um tanto interessante, e muita
gente confessa não entender e achar descabida a história inteira. Mas eu
prefiro enxergar através do literal e buscar analogias com o mundo onírico se
transpondo ao mundo real. E isso me faz pensar.
Como quando Alice se embrenha no lugar desconhecido,
destemidamente, mas fica em dúvida sobre qual caminho seguir. Depara-se com o
Gato de Cheshire, com o qual tem um diálogo nada lógico. No entanto, vendo com
outros olhos, pode-se entender o Gato como parte da própria Alice, a parte que
questiona uma tomada de decisões, que tenta analisar as prováveis conseqüências
das possíveis alternativas.
Se a intenção de Lewis Carroll foi causar uma reflexão no
leitor ou simplesmente prestar uma homenagem à verdadeira Alice (uma criança,
filha de um amigo do escritor, que inspirou a personagem), fica a dúvida. Mas o
importante é que o texto é rico em metáforas, se você estiver disposto a
percebê-las.
E muitas vezes me vejo diante de questionamentos da
impetuosa Alice, em meio a tantas Rainhas de Copas que querem cortar-me a
cabeça no cotidiano. A diferença é que sei que não vou acordar no final embaixo
da árvore que adormeci. Sei que tudo não passou de um sonho. A diferença é que
meu “País das Maravilhas” é a minha vida, com toda a confusão e anormalidade
típica da vida de qualquer um.
‘ “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.“Não me importo muito para onde...” retrucou Alice.“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.“... contanto que dê em algum lugar”, Alice completou’Trecho de Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll
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