Destaque no lançamento de martelo,Godsey, 28, nasceu mulher, compete contra mulheres, mas vive o restante de sua vida como homem.
É o primeiro esportista transgênero assumido a tentar uma vaga olímpica na equipe dos Estados Unidos.
Sua meta foi frustrada na quinta. Godsey, batizada Kelly ao nascer, terminou em quinto no qualificatório --três vagas foram distribuídas.
Mas sua simples participação na seletiva já é um fato histórico e ajuda a jogar luz sobre uma discussão ainda complicada no esporte.
Atletas transgêneros continuam a ser alvos de questionamentos. Como devem ser classificados? Contra quem devem competir?
O COI (Comitê Olímpico Internacional) definiu em 2003 as regras para transgêneros que querem competir contra atletas do mesmo sexo com o qual se identificam.
Se a mudança ocorre antes da puberdade, o atleta é classificado como ele se declara.
Se for após a puberdade, o competidor tem de seguir algumas regras: ter feito a cirurgia de transformação (órgãos internos e externos), ter a nova identidade reconhecida legalmente e passar por terapia hormonal.
Para o COI, com a transformação completa, o atleta não terá vantagem "desleal" sobre os rivais. Por exemplo: um homem que se apresenta como mulher mas tem alto nível de hormônio masculino seria mais forte que as atletas contra quem competirá.
Godsey não passou por cirurgia nem tratamento hormonal. Se orgulha dos músculos que ganhou graças só ao esforço na academia, mas sofre por ainda conviver com órgãos genitais femininos.
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