LGBTs australianos organizam ato contra Court, após polêmica


Margaret Court (Foto: Divulgação)Margaret Court (Foto: Divulgação)
Melbourne (Austrália) – A recente declaração da australiana Margaret Court contra o casamento igualitário continua gerando críticas. Court conquistou 11 títulos no Aberto da Austrália, o último há 40 anos. Desde a década de 1990, tornou-se ministra pentecostal.

Sua atitude causou a criação de um grupo no Facebook, “Rainbow Flags Over Margaret Court Arena”, que está conclamando o público a exibir faixas com as cores do arco-íris no estádio que leva seu nome, a partir desta segunda-feira, quando tem ínicio o Grand Slam australiano.

A declaração que vem causando polêmica foi dada em dezembro passado em entrevista ao jornal The Western Australian, de Perth, onde mora. “A educação politicamente correta conduziu de forma magistral a homossexualidade do armário para uma comunidade aberta que agora pede agressivamente o direito de se casar que não é seu”, afirmou Court, de 69 anos.

Rennae Stubbs, também australiana, dona de quatro títulos de duplas de Grand Slam e que há seis anos revelou sua orientação, apoia a manifestação contra Court.

“Margaret disse seus sentimos e é público. Então, acho que esta é a única forma de as pessoas serem ouvidas, através de um sinal de solidariedade. Contanto que seja de bom gosto, isso é o mais importante para mim.”

Anteriormente, Martina Navratilova e Billie Jean King também já haviam lamentado o comentário de Court. Falando ao TennisChannel.com, Navratilova disse: “A mim parece que muita gente evoluiu, assim como a Bíblia. Infelizmente, não Margaret Court. Sua visão míope é atemorizante assim como prejudicial para milhares de crianças que já vivem em famílias do mesmo sexo.”

Kerryn Phelps, ex-presidente da Associação Médica Australiana e um dos mais influentes porta-vozes LGBT, pediu ao governo do estado de Victoria e à federação australiana de tênis que retire o nome de Margaret Court do estádio de 6 mil lugares. “Hora de rebatizar a Margaret Court Arena”, disse através do Twitter, nesta semana. Um internauta sugeriu o nome de Martina Navratilova.

Através de um comunicado à imprensa, a Tennis Australia afirmou que, embora respeite as conquistas de Court na quadra, “suas visões pessoais são só dela e, definitivamente, não são compartilhadas pela Tennis Australia. Assim como a WTA, acreditamos que todos deveriam ser tratados igualmente e de forma justa. A Tennis Austrália não apoia qualquer visão que contrarie os direitos humanos.” O último título de Court no Aberto foi em 1973.

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