"Aquele era o meu momento, a minha oportunidade, o meu evento" disse Cruz, acompanhado de sua mãe, Dominga Torres-Rivera. "E eu ganhei."
Cruz se comoveu com o apoio recebido do público no centro cívico de Kissimmee, em Orlando. Duas semanas antes, ele havia assumido a sua homossexualidade. Ele está sendo considerado o primeiro atleta de um grande esporte a sair do armário.
"Fiquei muito feliz por terem me respeitado. É isso o que quero, que me vejam como boxeador, como um esportista e como um homem em todos os sentidos da palavra" afirmou o lutador, quarto colocado no ranking dos pesos pena da Organização Mundial de Boxe.
O anúncio de Cruz gerou uma enorme repercussão e vários pedidos de entrevista. O boxeador também recebeu apoio do público em geral, além de nomes importantes de Porto Rico com o ex-companheiro da equipe olímpica Miguel Cotto e o cantor Ricky Martin, que assumiu a sua homossexualidade há dois anos.
"Depois de tudo o que passou na minha vida nas últimas semanas, não tenho desculpas. Me afetou aqui, lá, sim, é claro que me afetou."
Cruz tem 19 vitórias, sendo nove por nocaute, em 22 lutas. Perdeu apenas uma. Com um cartel respeitável, subiu ao ringue confiante para derrotar Pazos, cujo retrospecto era de 20 vitórias, sendo 13 por nocaute, em 24 lutas. O que se viu no ringue foi um sorridente e aplicando golpes que desnortearam o mexicano. Pazos ainda tentou reagir, mas a noite era de Cruz, que foi ovacionado pela torcida depois da vitória.
"É um lutador que se move demais, que sabe boxear e tem boas pernas. Não consegui alcançá-lo."
Cruz agora espera que a vitória o projete mais no esporte.
"Quero lutar pelo título mundial. É o meu sonho, o sonho da minha mãe, do meu país e da minha equipe."
"Sou apenas uma pessoa. Me sinto feliz como estou. Sou livre. Estou em paz - concluiu."
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