[COLUNA DA ERICA CYRIACO] Felicidade do momento



Adoro ler. E como, ultimamente, não tenho exercido esse hábito, tentei me redimir e retomar a minha última leitura: Um livro que parei na metade há alguns meses. Mas, como comprei um novo livro, numa medida para curar meu stress num desses dias que nem a cerveja e nem o chocolate resolvem mais, decidi começar a leitura deste também. Dessa forma mesmo, concomitantemente. Pois eis que, logo nas primeiras páginas do livro novo me deparo com a seguinte frase: “Não é possível ser feliz a não ser que às vezes se sinta infeliz.” No meio de um diálogo entre duas personagens. Ainda não ficou claro para mim o que a garota que proferiu a frase quis dizer com isso, mas essa afirmação dela me fez pensar.

Sim, acho que concordo com ela. E até explico algumas coisas que encontrei embutida nessa sentença. Parto do princípio de que não existe bem sem mal e nem mal sem bem. E vou até análises psicológicas de senso comum de que ninguém nunca está satisfeito com aquilo que se tem.

A tão sonhada felicidade é um estado momentâneo. A pessoa ESTÁ feliz, sente-se feliz, mas não o É 100% do tempo. Pois sempre vão existir adversidades que vão atrapalhar, em alguns momentos o estado de espírito adquirido. E também sentir-se feliz ou não depende do jeito como a pessoa encara as coisas. Se seus sonhos são alcançáveis ou não. Não digo que se deva se contentar com pouco, mas que, se tenha sonhos tangíveis e que se corra atrás deles, verdadeiramente, sem se deixar abater pelas dificuldades que estarão por vir.

E essas dificuldades são, acima de tudo, necessárias. Tanto para se dar valor ao objetivo, quando atingi-lo, quanto para que as coisas não se tornem “chatas”. Sim, pois imagine um mundo onde tudo é “perfeito”, todo mundo sorri o tempo inteiro, não existe problema de nenhum tipo... Além de ser utópico, esse mundo seria monótono. Ninguém teria a incerteza do improvável, ninguém se surpreenderia com nada, seu organismo não produziria adrenalina, o medo não lhe frearia, pois você sabe que, no final, tudo daria certo. Na verdade, você nem iria tentar, porque você sabe que iria conseguir. E isso não lhe tornaria especial, pois todo mundo conseguiria também. Não existiriam inteligências múltiplas, onde cada um tem uma habilidade mais desenvolvida que a outra, afinal todos seriam bons em tudo. E o mundo entraria em um profundo desequilíbrio.

Pois aí está o ponto crucial! Já que para tudo na vida é necessário o equilíbrio, até os momentos ruins, em que ficamos tristes são necessários. É aí que aprendemos, se soubermos analisar a situação que levou à tristeza e se quisermos sair dessa. Aproveito-me da máxima “Decepção não mata, ensina a viver”. Cabe bem aqui. E a frase que me fez refletir também: “Não é possível ser feliz a não ser que às vezes se sinta infeliz”.

É necessário conhecer a escuridão para valorizar a luz. E felicidade é algo em constante mutação, é algo que se constrói a todo dia, a todo momento. E, nela, consta também um quê de infelicidade boa... ;)

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