Maceió reúne LGBTs para debater políticas públicas e direitos humanos da região


Segunda Conferência Metropolitana começou nesta segunda-feira, na Casa da Indústria.
Superitendente da Paz, Helia Miranda, gerente de Diversidade Sexual, Rafael Gomes e coordenadora da ALA, Vânia Pereira (Foto: Roberta Batista)Superitendente da Paz, Helia Miranda, gerente de
Diversidade Sexual, Rafael Gomes e coordenadora
da ALA, Vânia Pereira (Foto: Roberta Batista)
A Segunda Conferência Metropolitana de Maceió de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais é uma reunião de pessoas interessadas no combate à discriminação e, que trabalham a favor dos direitos humanos e da cidadania da população LGBT. A assembleia, promovida pela Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos em parceria com a prefeitura de Maceió, começou nesta segunda-feira (12), no auditório da Casa da Indústria, no bairro do Farol.

O evento começou com a leitura do regulamento da conferência, que tem como tema ‘Por uma Alagoas livre da pobreza e da homofobia em busca da cidadania e dos Direitos Humanos da população LGBT’. O gerente do Núcleo de Diversidade Sexual da Secretaria da Mulher, Rafael Gomes, explicou que a reunião é uma ação conjunta das secretarias do estado. Ele disse que o objetivo é a construção do Plano Estadual de Direitos Humanos e População LGBT.

Ele lembrou que Brasil é o país que tem o maior índice de crimes contra LGBTs. E que Alagoas é dos estados que mais matam gays. Rafael Gomes também revelou que discriminação por orientação sexual é a terceira maior causa de evasão escolar no Brasil. “Se elas não vão à escola hoje, não terão condições de trabalho amanhã”, declarou o gerente de diversidade sexual.

Para a superintende de Direitos Humanos, Helia Paz, a homofobia é uma questão cultural. “As pessoas agridem e matam quem assumiu a orientação sexual. É uma questão cultural, uma tradição”, disse Helia Paz.

Sobre a inclusão do tema pobreza na conferência, ela explicou que a escolha faz parte do Plano Nacional Contra a Pobreza, lançado pela presidente Dilma Rousseff.

A coordenadora da Associação das Lésbicas de Alagoas (ALA), Vânia Pereira, explicou que a conferência em Maceió é uma preparação para a Segunda Conferência Nacional, que ocorre de 15 a 18 de dezembro, em Brasília. Serão 16 delegados de Alagoas, sendo dez representantes da sociedade civil e seis do governo. “A nacional foi puxada pela presidenta Dilma, no dia 18 de maio. A estadual e as regionais foram pelo governador, no dia 30 de julho. Já tivemos nas cidades de Penedo, União e Delmiro. E vão ter mais duas, uma em Porto Calvo e outra, em Arapiraca.

“Ser mulher em Alagoas é difícil. E ser lésbica é mais difícil ainda. É um estado violento. Muitas mulheres são vítimas da violência doméstica. Estamos aqui para discutir questões como ser mulher, ser lésbica. E para discutir violência, saúde, educação, exclusão social. Em um mundo machista, buscamos mais espaço, mais respeito”, falou Vânia Pereira.

“Com a mudança da sigla GLBT para LGBT, já conseguimos fazer com a mulher venha na frente, seja respeitada”, complementou a coordenadora da ALA.

O último dia da conferência é composto por debates sobre educação e cultura, promoção da saúde, justiça e segurança pública e assistência e previdência social.

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