Roteirista de "X-Men: Primeira Classe" admite referências ao universo LGBT

Ativistas apontam diversas alusões no longa a problemas de aceitação enfrentados por homossexuais na sociedade



Não há mais dúvidas. Depois que ativistas pelos direitos LGBT levantaram questionamentos sobre supostas alusões a problemas enfrentados por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em “X-Men: Primeira Classe”, Zack Stentz, um dos roteiristas do filme, fez questão de se pronunciar a respeito. “Direitos dos gays, a identidade dos judeus no pós-holocausto, direitos civis... todas estas alegorias foram colocadas lá de propósito”, escreveu em sua página no Facebook.

Ele ainda comentou que fazer referências a este universo não é uma novidade em “X-Men”, sendo algo que já acontecia tanto nos quadrinhos quanto nos primeiros filmes da franquia. “Joss Whedon (escritor da Marvel) desenvolveu toda a história da ‘cura’ nos gibis, especificamente, como uma alegoria gay, e Bryan Singer (diretor dos primeiros dois “X-Men”) levou suas próprias experiências como homem gay para a série”.

“X-Men: Primeira Classe” narra a história do início dos “X-Men” e da formação dos caracteres dos dois principais protagonistas da série: Professor Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender). A medida que ambos os personagens são apresentados e a história se desenvolve, deixando que apareça o mote central das histórias em quadrinhos: a possibilidade ou não de haver convivência pacífica entre humanos e mutantes, e o quanto é difícil aceitar o diferente. É aí que entram algumas metáforas relacionadas aos diretos dos LGBTs.

O site “Thinkprogress.org” cita algumas falas da produção que podem gerar ambiguidades. Uma delas é quando Charles Xavier deixa escapar para os colegas de Hank McCoy (Fera), na CIA, que ele é um mutante. Na ocasião seu chefe fala: “Eu não perguntei e você não contou”. (Em referência à política do exército norte-americano "Don't ask don't tell" ou "Não pergunte não conte").

Outra cena é quando Erik Lensherr (Magneto) descobre que Charles é, também, um mutante, e profere a frase: “Eu pensei que eu era o único”. O site ainda cita outras situações parecidas, sempre externando esse sentimento de solidão e de falta de aceitação.

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