Armaduras são proteções. É natural que as pessoas passem por situações desagradáveis. A forma com que elas lidam com isso é que faz a diferença. Uma consequência não rara é a criação de camadas superficiais de proteção que escondem o verdadeiro "eu" da pessoa.
A vítima (sim, porque cada infortúnio sofrido gera uma camada) bloqueia suas qualidades que a permitiram sofrer com películas de grosseria, indiferença, reclusão, etc, etc, etc...
Plausível.
O fato é que enquanto a pessoa se esconde em sua armadura, a vida continua, independente de sua vontade. Pessoas entram e saem de seu caminho. Situações boas e ruins acontecem. E será que a armadura possibilidade ver / sentir / aproveitar cada momento que lhe é apresentado?
A pessoa em questão acaba se transformando em uma outra, se transforma na sombra daquilo que já foi. E atingir seu âmago é um trabalho que exige audácia e paciência. Tarefa concluída por pouquíssimos.
Todos nós somos revestidos por camadas. Elas são nossa bagagem, experiência de vida. Mas as camadas transparentes ou com furinhos nos possibilitam sensações diferentes das armaduras de ferro.
Lidar com uma pessoa de armadura é, muitas vezes, dar murro em ponta de faca.
Assumir que você mesmo veste uma armadura é respeitável. Querer despir-se dela é nobre.
Para ambas as posições, necessita-se boa vontade. Carinho, paciência... E, sobretudo, amor. Amor mútuo, amor pelo outro, amor por si mesmo... Ou ainda amor pela causa.
Mas tentar entrar num casulo que está restritamente impenetrável é suicídio. É lutar por algo sem resultados, pelo simples fato do outro (ou você mesmo, se for o caso) não querer deixar-se ser invadido. É perda de tempo, perda de força e perda de esperança.
Nem sempre desistir é uma atitude fraca. Desistir pode significar também entender que a atitude mais correta é deixar pra lá, para que não seja você a criar mais uma camada de ferro para revestir seu corpo.
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